Sábado, 03 de outubro, tudo pronto para “cair” na estrada e curtir mais alguns quilômetros com a minha DL 650 V-Strom. 8:00 horas, paro em um bar para comprar créditos para meu celular, a VIVO dá mais benefícios para celular pós-pago do que pré-pago, não entendo isso. Quando preparo para colocar o capacete o bendito aparelho vibra em meu bolso. Atendo a ligação e era minha irmã me transmitindo uma notícia não muito boa, meu avô que nora em Caratinga – MG e que estava acamado há um ano havia falecido. Bom, aceitei a notícia como conforto, pois imagino que ele estava sofrendo naquela cama.
A essas alturas o passeio de moto tinha que ser adiado. Voltei em casa, fiz umas ligações e decidir passar em Vitória para deixar a moto na casa de minha irmã e de lá seguir com ela, de carro, para Minas. Chegando lá, tirando a dor dos parentes e amigos, correu tudo certo e dentro da normalidade na despedida do meu avô. Saímos de Caratinga no domingo às 14h. Um pouco tarde para chegar a Vitória pegar minha moto e voltar para Cachoeiro. Mas como o momento não pedia pressa, não me preocupei em “pegar” estrada a noite e tocar de Vitória a Cachoeiro, pois já fiz esse trajeto inúmeras vezes tanto de carro quanto de moto.
Na volta de Caratinga o transito na BR 262 está normal, pegamos chuva no trecho de Manhuaçu que logo passou e movimento intenso na descida da serra, após Domingos Martins, próximo a Vitória.
Carro na garagem e bagagem recolhida subi para pegar meus equipamentos, jaqueta, luvas, botas e, quando me deparo com ele penso: to fu.... Quando olho para meu capacete vejo que ele está com a viseira fumê. Caramba, como não me lembrei disso lá em Minas?! Poderia ter saído mais cedo..... é mas não tinha nada o que fazer, ou era encarar a estrada ou encarar a estrada.
Me preparei, coloquei os equipamentos, separei o dinheiro dos pedágios e segui viagem. Na Rodovia do Sol, trecho privatizado que liga Vitória, Vila Velha e Guarapari foi tudo tranqüilo, a rodovia é completamente sinalizada e em alguns trechos tem iluminação pública.
Chegando na BR 101, no trevo de Guarapari, paro e fico observando o movimento. Pouco caminhão, pouco carro, então me animo a seguir em frente. Nos primeiro cincos quilômetros tenho a certeza do que tinha pensando antes, me lasquei bonito. Não dava para enxergar quase nada com a viseira abaixada. Levantei a viseira e o vento e o frio, ou seja, o vento frio não me permitia andar assim. Decidir percorrer o máximo que podia com a viseira fechada e fui a 100~120KM/H no máximo. Para quem já passou na BR 101 Sul sabe o que é aquela rodovia, mas não imagina como ela é totalmente às escuras e para quem não sabe, é só pensar em uma estrada com sinalização precária, cheia de curvas, caminhões, carretas, muito movimento... e ainda acrescentar uma película de insulfilme das mais escuras que vendem nas casas de acessórios veicular.
É meus amigos, foi uma aventura nada agradável. Não desejo isso para motociclista nenhum e a partir de hoje, depois de ter chegado em casa com uma tremenda dor de cabeça e tensão muscular devido a apreensão que foi pilotar na BR 101 sem enxergar nada, guiado pelas poucas faixas que tem nessa rodovia, aprendi que não saio mais de casa sem levar no baú da moto o viseira cristal como sobressalente.
(o grande vilão)
